AS
CORES, OS CHEIROS E OS SABORES DE UMA INFÂNCIA / ADOLESCÊNCIA FELIZ!
De
repente, fechei os olhos e fiz uma viagem pelos sabores da minha infância.
Nessa viagem revivi momentos marcantes e lembrei-me de pessoas muito queridas,
que fizeram e / ou ainda fazem parte da minha vida. Vieram tantas ideias e
lembranças à minha cabeça, fiz uma viagem no tempo e foi muito difícil resolver
que receita fazer, pois são tantas que me lembram da infância e da minha
adolescência. As imagens desbotadas que ainda conseguem iluminar a lente da
minha memória se assemelham àquelas dos sonhos mais queridos. Parece que,
quanto mais nos afastamos do tempo de nossa infância e adolescência, mais
nítida fica a impressão de que aquela é a realidade, de fato, enquanto
flutuamos em algum mar do exílio, em meio a certa viagem que sabemos não ter
volta. Sempre gostei dos cheiros, das misturas, dos ingredientes frescos.
Comidinhas simples, frutas não muito comuns (achávamos na época) e muito, mais
muito sabor e cor. Sabor recheado de amor! Amor recheado de sabor! Que delícia!
Tanto sabor que dá pra sentir até hoje. Minha infância / adolescência teve
sabor de:
Farofa
bate entope (Chamávamos assim, eu e minhas irmãs). Esse sabor vai ser difícil
esquecer e experimentar de novo. Era um tempero sem igual. Minha saudosa
mãezinha costumava fazer bolinhos de farinha com coentro, manteiga e água
fervida e colocá-los nas bordas do prato, fazendo o contorno, o que, segundo
ela, servia para “abrir o apetite”.
Até
hoje adoro comer uva passa, porém isso também teve origem lá na minha infância.
No final de cada ano, próximo ao natal, o meu querido e saudoso pai fazia
questão de uma mesa farta e no meio das guloseimas sempre estavam umas
caixinhas de uva passa. Que pai! Que delícia! Impossível de esquecer os Natais
em família, onde Papai Noel na calada da noite colocava, aos pés da nossa cama,
os presentes. Era uma tremenda farra!
Outro
fato marcante era quando eu chegava à venda ou ao armazém, não me recordo à nomenclatura
da época, do meu Padrinho, Tio Neco que enchia minhas mãos, tão pequenas e
franzinas, de deliciosos bombons. Humm deu água na boca só de lembrar!
Comidas
de milho ou mais precisamente as “Festas Juninas” é uma linda recordação da
minha infância e juventude. Meu pai fazia a fogueira todos os anos, comprava
fogos para mim e meus irmãos e as comidas de milho, como canjica, pamonha, pé
de moleque ficava a cargo da nossa mãe. O que você está pensando, o meu pai era
um tremendo forrozeiro, Sir! Quando começamos a recordar das festas (juninas) de
antigamente, certamente, muitos são levados, assim como eu, a lembrar deste
versinho: “Aí que saudades que eu tenho / da aurora da minha vida / da minha
infância querida / que os anos não trazem mais”.
Essa
eu sempre me lembro de e dou boas gargalhadas. As festas de aniversário na casa
da minha tia Júlia. Os aniversários eram regados a brigadeiro, bolo, cachorro
quente, este nunca faltava nos aniversários da família, e outras guloseimas.
Depois que a gente cantava os parabéns pra você e comíamos, nossa tia chamava e
dizia: “Já comeram, agora é hora de ajudar na organização da cozinha. Ela
sempre lavava os pratos e eu sempre me dispunha a enxugá-los. Quando o prato
vinha com alguma sujeirinha, eu devolvia, mas minha tia dizia que não aceitava
devolução, que eu tirasse na toalha de prato”. Até hoje, quando estou lavando e
minha irmã devolve o utensílio porque está mal lavado, eu me lembro dela e sempre
digo faça feito tia Júlia limpe na toalha, mas aqui o processo é ao contrário,
porque minha irmã não aceita e devolve para eu lavar e eu lavo. Essa minha tia
era incrível, muito espirituosa! Momentos muito significativos para mim.
Outra
lembrança que tenho é da casa da minha tia Lulu. Eu sempre passava uns dias lá
e na hora do jantar a gente sempre comia macaxeira, eu não sei não, eu comia
também na minha casa, mas a macaxeira da casa da minha tia era diferente, eu
não sei qual o segredo que ela tinha, mas que era gostosa, ah isso era, parecia
um manjar dos deuses, eu comia que me fartava. Tempos maravilhosos!
Surpreendi-me,
passado tantos anos a minha memória ainda está em perfeita ordem. Que comando
maravilhoso tem o nosso cérebro quando nos remete exatamente ao lugar, a
ocasião em que degustamos, saboreando um determinado fruto, alimento ou
lembranças inesquecíveis. Lindas lembranças, belos tempos de muita energia e
apetite infantil / juvenil. Tudo isso parece que foi ontem... Mas, repetindo o
que dizia um querido amigo... “Nessa vida tudo passa!”
De
tudo que existiu, existe e sempre existirá na “Nossa Saudade”!
Aos
Meus Pais, Olavo e Maria José, ao Meu Padrinho, Tio Neco, a Minha tia Júlia, as
Minhas Saudades Eternas! Ah, amei recordar essas facetas da minha infância e
adolescência. Amo Vocês! Muita Luz! Beijos de Luz!
À
Minha Tia Lulu sempre peço nas minhas orações que Deus continue lhe abençoando,
protegendo e iluminando! Amo você! Paz e Luz! Beijos de Luz!
Sua
filha, afilhada e sobrinha,
Valéria
E
aí! Gostou desse passeio? E você? Quais as suas recordações de infância?
Tenho
certeza que se abriram algumas gavetinhas aí na sua memória e você deve ter
algum bom sabor da sua infância para contar e compartilhar conosco. Pois bem!
Sinta-se à vontade! Utilize a nossa caixinha de comentários. Vou gostar de
saber, viu!
Que maravilhosa viagem a nossa infância e adolescência.
ResponderExcluirAs fotos do seu pai, meu tio e padrinho Olavo estão ótimas. Ontem Maninho e eu relembramos diversos fatos, um deles: como ele gostava de sentar em uma das cadeiras de balanço do terraço, à noite, sem camisa devido ao nosso clima quente e ficar boa parte do tempo conversando com tia Maria José, vocês e demais membros da família.
Agradecemos a homenagem ao nosso pai, Manoel Ferreira Filho. Como você gravou as imagens dos vidros de bombons e Papai talvez nem se apercebesse que encher suas mãozinhas de guloseimas era motivo de alegria. Ele tinha um grande apreço ao compadre Olavo e a cunhada Maria José e acreditamos que a reciproca fosse verdadeira, pelas demonstrações de acolhimento que vocês sempre tiveram a todos nós.
Lembro também que no São João ele trazia um prato de comidas juninas (pamonha, canjica e bolos, ainda quente) para nós, na Rua Cel. Alfredo Duarte, feitos por tia Maria José, verdadeiras delicias.
Temos muitas histórias para contar, são os fatos da nossa existência até esta data. Abraços de agradecimentos dos primos Célia, Hélio e Hélcio.
Voltando aos bombons de Tio Neco - Acreditamos que ele percebesse a sua euforia em receber guloseimas e por isto fazia de bom grado, para vê-la sair da Mercearia Ferreira toda saltitante, só não imaginava que você ao se tornar adulta fosse lembrar e publicar esse fato. Beijos Célia, Hélio e Hélcio.
ResponderExcluirLinda homenagem aos que se foram, só resta a saudade. Beijos Rosalia
ResponderExcluirBela homenagem. Saudades! Olavo
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