PERDÃO: A FAXINA
DA ALMA
Armazenar
rancores; dissabores; desilusões; decepções; tristezas; raiva; mágoas e dores é
tornar-se um corpo e mente fértil para gerar o pior ácido que alguém pode ter
em seu interior, um ácido que corroí nossas entranhas; nossos sentimentos mais
profundos; nossa esperança e nossos sonhos. Um ácido terrível que faz muita
gente envelhecer diante do espelho e adoecer de maneira gradual. Um ácido que
tira o brilho destinado aos nossos olhos e nos deixa sem opção de encontrar uma
cura, mas ela existe. Este ácido chama-se “não saber perdoar”. Como é triste a
vida dos que não sabem perdoar. Isso, normalmente, nos leva a terríveis erros,
e a um fim muitas vezes ainda pior. Perdoar é muito importante. Faz bem a mente
e dá "paz ao coração". Por isso, além de ser capaz de dar o perdão,
quando erramos, devemos saber também pedir desculpas e ter recursos para
reconquistar a confiança e respeito alheio. Reconhecer os próprios erros e ser
capaz de mudar é sinal de amadurecimento e evolução. Porém, o mais importante é
ser capaz de fazer esse trabalho mental de forma interna. Nem sempre é útil
expor aos outros assuntos antigos e corriqueiros de desentendimento da vida.
Remoer o passado sem objetivo específico não faz bem a ninguém. É claro que se
tem algum assunto mal resolvido na vida é bom poder esclarecer as ideias com
quem está envolvido. Mas, lembre-se: assuntos muito antigos, passados e
enterrados, costumam ser melhores quando elaborados internamente. Existem
momentos na vida que, mesmo causando sofrimento, precisam ser experimentados
para que haja a oportunidade de crescimento. Mas tenho aprendido, e ontem foi
uma destas lições e oportunidades que a vida nos dá (e temos que agradecer ao
Cristo), que nem sempre as pessoas falam coisas ou tomam certas atitudes de
propósito. Temos que nos colocar no lugar do outro, em suas aflições, seus
momentos de angústia, e saber que uma palavra, por mais que fira nosso coração,
sempre pode ser perdoada. A união, ou seja, a convivência e liberdade que temos
com quem amamos também contribuem para que coisas que só deveriam ficar em
pensamento sejam verbalizadas. Quantas vezes nós mesmos também falamos o que
não deveríamos, sem querer, e depois nos vem o arrependimento, a angústia de
saber que erramos e o outro pode não nos perdoar por aquilo? Por isso, amigos,
aprendamos a perdoar o outro e, principalmente, a perdoar a nós mesmos, por
sermos ainda apenas meros aprendizes no caminho da luz. O perdão é uma das
inúmeras manifestações do amor verdadeiro. Saber perdoar a si mesmo e a quem
nos fez mal pode não ser fácil. Mas é um ato necessário para se libertar de
rancores, evitar doenças e tocar a vida adiante. Quem perdoa tira o peso das
costas, adoça a alma e respira com mais vontade. Quem não consegue perdoar,
permite que seu agressor se faça presente a cada dia de sua vida, acordando e
dormindo junto com ele. Por mais que tente se convencer de que o esqueceu, ele
permanecerá lá dentro, arranhando sua alma e roubando seu sono. Não me precisa dizer que é fácil falar. Eu sei, na
prática, não é fácil. O que posso lhe garantir é que esse peso é pesado demais
para qualquer um carregar. Como não tem vacina, o mais indicado é exercitar o
perdão diário e intensificar a oração para quem nos machucou. Os resultados
podem surpreender. Se necessário, peça ajuda. Perdoe!
Muita Luz, Paz e
Bênçãos Divinas!
Valéria.