Gostaria
de escrever algo bem original. Diferente em sua essência e estilo. Todavia não
encontro palavras suficientes e adequadas para tal manifestação, pois é muito
difícil escrever sobre nossos próprios sentimentos, tristezas, recordações...
Há
momentos na vida em que somos tomados por uma enorme sensação de vazio, de
inutilidade. Questionamos os porquês de nossa existência e nada parece fazer
sentido. Concentramos nossa atenção no lado mais cruel da vida, aquele que é
implacável e a todos afetam indistintamente: as perdas do ser humano. Partir é
sempre doloroso. Verdade é que a gente gostaria de eternizar certos momentos
para que nunca mais ficássemos separados uns dos outros. Nossos pais descobrem
que um ser está para nascer, trazendo um brilho de luz para o seu lar e nós perdemos
o aconchego, a segurança e a proteção do útero materno. Estamos, a partir de
então, por nossa conta. Sozinhos. Começamos a vida em perda e nela continuamos.
Por outro lado, no momento em que perdemos algo, outras possibilidades nos
surgem. Ao perdermos o aconchego do útero materno, ganhamos os braços do mundo.
Que nos acolhe, nos encanta e nos assusta, nos eleva e nos destrói! E
continuamos a perder e seguimos a ganhar. Perdemos primeiro a inocência da
infância. A confiança absoluta na mão que segura a nossa mão nos nossos
primeiros passinhos, a coragem de andar na bicicleta sem rodinhas porque alguém
ao nosso lado nos assegura que não nos deixarão cair... E ao perdê-la,
adquirimos a capacidade de questionar. Por quê? Perguntamos a todos. Abrimos
portas para um novo mundo e fechamos algumas janelas, irremediavelmente
deixadas para trás. Estamos crescendo. Nascer, crescer, adolescer, amadurecer,
envelhecer, morrer.
Aprendemos e vamos adolescendo, ganhamos peso,
ganhamos seios, ganhamos pelos, ganhamos altura, ganhamos o mundo. A nossa
vontade de conquistar espaço nos distancia de quem sempre nos amará, esquecemos
a família. E neste ponto, vivemos em grande conflito. O mundo todo nos parece
inadequado aos nossos sonhos. Ah! Os sonhos! Sonhamos dormindo, sonhamos
acordados, sonhamos o tempo todo. Sonhamos!
E assim, vamos ganhando tempo, enquanto envelhecemos. De repente
percebemos que ganhamos algumas rugas, algumas dores nas costas (ou nas
pernas), ganhamos celulite, estrias, ganhamos peso e perdemos cabelos.
Damos-nos conta que perdemos também o brilho no olhar, esquecemos os nossos
sonhos, deixamos de sorrir, perdemos a esperança. Estamos realmente
envelhecendo. Quando menos esperamos e sem nenhum aviso, Deus arranca de nós
quem mais amamos. Em nosso peito apenas a dor de um punhal que a cada
"meus pêsames" parece pesar. Nossos pensamentos levam para cada gota
de sangue em nosso corpo, a culpa de nunca ter dito: "te amo";
"preciso de você", "estou sempre aqui", "me
preocupo". Nossos sonhos caem por terra, nossa independência parece perder
a importância. E a resposta para essa dor? O tempo é uma certeza: Quando amamos
transmitimos o amor em pequenos atos e gestos, e as palavras não importam mais;
quando precisamos de alguém, sentimos sua presença, e as palavras não têm mais
sentido; quando nos sentimos sós e abandonados, surge uma palavra ou um gesto e
descobrimos que nunca estaremos sós. O tempo é remédio e nele conquistamos o
consolo, com ele pensamos nos bons momentos. E com um pouco mais de tempo,
transformamos nossos entes queridos em eternos companheiros. Nossos sonhos
ganham aliados, nossa independência ganha acompanhantes, nossa vida conquista
anjos. E no fim resta apenas a saudade. Não importa onde estejam nossas mães,
quem amamos sempre estará conosco!
De
tudo que existiu, existe e sempre existirá na “Nossa Saudade”.
Fiquem
em Paz!
Suas
Filhas, Seus Filhos.






linda mensagem as nossas maes, fica muita saudade. bjs rosalia
ResponderExcluirAgradeço a homenagem a minha Mãe e as da família Ribeiro e Bezerra, conterrâneas, com formação cristã e com sonhos de ocupar um lugar digno na sociedade - conquistaram - e deixaram para as futuras gerações um legado de homens e mulheres de bom caráter. Parabéns a todas elas pelo bom desempenho das suas funções, tanto que hoje uma das suas descendentes se detêm em enaltece-las.
ResponderExcluirObrigada Valéria. Beijos Célia Ribeiro Ferreira