quarta-feira, 1 de maio de 2013

Memórias

 A MINHA, A SUA, AS NOSSAS MÃES: Maria José / Santina / Júlia / Angélica /  Josefa ( Zefinha) / Elizabeth / Severina (Bill) / Lira / Ivete (Donzinha) / Eloina / Ivone / Cristina:

Gostaria de escrever algo bem original. Diferente em sua essência e estilo. Todavia não encontro palavras suficientes e adequadas para tal manifestação, pois é muito difícil escrever sobre nossos próprios sentimentos, tristezas, recordações...
Há momentos na vida em que somos tomados por uma enorme sensação de vazio, de inutilidade. Questionamos os porquês de nossa existência e nada parece fazer sentido. Concentramos nossa atenção no lado mais cruel da vida, aquele que é implacável e a todos afetam indistintamente: as perdas do ser humano. Partir é sempre doloroso. Verdade é que a gente gostaria de eternizar certos momentos para que nunca mais ficássemos separados uns dos outros. Nossos pais descobrem que um ser está para nascer, trazendo um brilho de luz para o seu lar e nós perdemos o aconchego, a segurança e a proteção do útero materno. Estamos, a partir de então, por nossa conta. Sozinhos. Começamos a vida em perda e nela continuamos. Por outro lado, no momento em que perdemos algo, outras possibilidades nos surgem. Ao perdermos o aconchego do útero materno, ganhamos os braços do mundo. Que nos acolhe, nos encanta e nos assusta, nos eleva e nos destrói! E continuamos a perder e seguimos a ganhar. Perdemos primeiro a inocência da infância. A confiança absoluta na mão que segura a nossa mão nos nossos primeiros passinhos, a coragem de andar na bicicleta sem rodinhas porque alguém ao nosso lado nos assegura que não nos deixarão cair... E ao perdê-la, adquirimos a capacidade de questionar. Por quê? Perguntamos a todos. Abrimos portas para um novo mundo e fechamos algumas janelas, irremediavelmente deixadas para trás. Estamos crescendo. Nascer, crescer, adolescer, amadurecer, envelhecer, morrer.
Aprendemos e vamos adolescendo, ganhamos peso, ganhamos seios, ganhamos pelos, ganhamos altura, ganhamos o mundo. A nossa vontade de conquistar espaço nos distancia de quem sempre nos amará, esquecemos a família. E neste ponto, vivemos em grande conflito. O mundo todo nos parece inadequado aos nossos sonhos. Ah! Os sonhos! Sonhamos dormindo, sonhamos acordados, sonhamos o tempo todo. Sonhamos!  E assim, vamos ganhando tempo, enquanto envelhecemos. De repente percebemos que ganhamos algumas rugas, algumas dores nas costas (ou nas pernas), ganhamos celulite, estrias, ganhamos peso e perdemos cabelos. Damos-nos conta que perdemos também o brilho no olhar, esquecemos os nossos sonhos, deixamos de sorrir, perdemos a esperança. Estamos realmente envelhecendo. Quando menos esperamos e sem nenhum aviso, Deus arranca de nós quem mais amamos. Em nosso peito apenas a dor de um punhal que a cada "meus pêsames" parece pesar. Nossos pensamentos levam para cada gota de sangue em nosso corpo, a culpa de nunca ter dito: "te amo"; "preciso de você", "estou sempre aqui", "me preocupo". Nossos sonhos caem por terra, nossa independência parece perder a importância. E a resposta para essa dor? O tempo é uma certeza: Quando amamos transmitimos o amor em pequenos atos e gestos, e as palavras não importam mais; quando precisamos de alguém, sentimos sua presença, e as palavras não têm mais sentido; quando nos sentimos sós e abandonados, surge uma palavra ou um gesto e descobrimos que nunca estaremos sós. O tempo é remédio e nele conquistamos o consolo, com ele pensamos nos bons momentos. E com um pouco mais de tempo, transformamos nossos entes queridos em eternos companheiros. Nossos sonhos ganham aliados, nossa independência ganha acompanhantes, nossa vida conquista anjos. E no fim resta apenas a saudade. Não importa onde estejam nossas mães, quem amamos sempre estará conosco!
De tudo que existiu, existe e sempre existirá na “Nossa Saudade”.
Fiquem em Paz!
Suas Filhas, Seus Filhos.





2 comentários:

  1. linda mensagem as nossas maes, fica muita saudade. bjs rosalia

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  2. Agradeço a homenagem a minha Mãe e as da família Ribeiro e Bezerra, conterrâneas, com formação cristã e com sonhos de ocupar um lugar digno na sociedade - conquistaram - e deixaram para as futuras gerações um legado de homens e mulheres de bom caráter. Parabéns a todas elas pelo bom desempenho das suas funções, tanto que hoje uma das suas descendentes se detêm em enaltece-las.
    Obrigada Valéria. Beijos Célia Ribeiro Ferreira

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