8 DE JULHO
Em algum
momento, em sua evolução, o homem descobriu que podia tirar da terra o seu
alimento. Desde o século XIX, quando se estabeleceram hipóteses de como teria
sido o seu desenvolvimento, foram estabelecidas quatro fases: na primeira fase,
o homem foi selvagem; na segunda, nômade (sem habitação fixa) e domesticador;
na terceira, agricultor e somente na quarta, se civilizou. O momento da
passagem de caçador para pastor e agricultor nunca ficou muito preciso, não se
concluiu exatamente qual foi, ou onde foi.
Estudos
arqueológicos, etnográficos e históricos mostram que ao mesmo tempo, em várias
partes do mundo, o homem passou a mexer na terra com o objetivo de se
alimentar, que é o que conhecemos como Agricultura: uma arte, a arte de
cultivar a terra.
No
Dia do Agricultor, é interessante conhecer um pouco mais sobre essa importante
e antiquíssima atividade humana.
A BUSCA PELO ALIMENTO
Notáveis
trabalhos de irrigação na China, de 2200 AC., sinalizam que ali se desenvolvia
a agricultura nessa época, assim como também há o registro da existência de
represas, espécies de tanques, de máquinas debulhadoras e de implementos para
cultivar a terra. Acredita-se que a técnica da irrigação deve ter ido da China
para a Babilônia. Por muito tempo o aparecimento da agricultura foi creditado
ao Oriente Médio, por volta de 4000 AC.
Recentemente,
pesquisas arqueológicas levaram essas hipóteses para 7000 AC., além da
suposição de que uma fase preliminar de cultivo da terra deve ter existido na
Palestina, pelos vestígios que ficaram de espécies de foices naquela região,
que remontam a 9000 AC.
Dessa
mesma época são os vestígios da colheita de feijões, ervilhas e cabaceira, no
norte da Tailândia. Existem provas do cultivo de feijões e de abóbora na
América, no México, em 7000 AC. Presume-se que entre 4000 e 2000 AC., acontecia
a transição da caça e da coleta para a agricultura na Amazônia, porque restos
de alimentos de origem animal e vegetal , que remontam a esse período, têm sido
encontrados em cavernas do Brasil e da Venezuela.
A AGRICULTURA DE HOJE
A
agricultura como é feita hoje, a chamada agricultura convencional, se baseia
num conjunto de técnicas produtivas que surgiram em meados do século XIX,
conhecida como a segunda revolução agrícola, e que se baseou no lançamento dos
fertilizantes químicos. Expandiu-se após as grandes guerras, com o advento do
emprego de sementes manipuladas geneticamente para provocar o aumento da
produtividade, associado ao emprego de agroquímicos (agrotóxicos e
fertilizantes) e de maquinaria agrícola.
Esse
modelo de agricultura industrial, envolvendo uso intensivo de produtos químicos
e grande especialização, tem predominado na agricultura e produção de alimentos
mundial.
AGRICULTURA ORGÂNICA
A
agricultura orgânica apareceu entre as décadas de 20 e 40, fruto de trabalhos
de pesquisadores na Índia. Ela se baseia na manutenção da fertilidade do solo e
da sanidade geral das plantas e animais pela adubação orgânica e pela
diversificação e rotação de culturas. Utiliza também a reciclagem de resíduos
sólidos, adubos verdes e restos de culturas, de rochas minerais, de manejo e
controle biológico de insetos, mantendo a fertilidade e sanidade do solo para
suprir as plantas de nutrientes e controlar insetos, pragas, moléstias e ervas
invasoras.
Essa
forma de cultivar a terra tem hoje muitos adeptos, tanto nos países em
desenvolvimento quanto nos desenvolvidos, que a experimentam como uma
alternativa à agricultura convencional.
O
estudo dos efeitos das atividades humanas sobre o meio ambiente trouxe o conhecimento
das más consequências da disseminação da poluição dos cursos d'água e dos
lençóis freáticos subterrâneos pelo uso indiscriminado de fertilizantes e
pesticidas na agricultura. Descobriu-se também que a agricultura intensiva
oferece riscos de erosão aos solos e danos à vida selvagem.
Hoje,
o consumidor é suficientemente informado e se preocupa com o efeito de
alimentos contaminados por pesticidas, hormônios e resíduos de antibióticos
para a saúde humana. Aumentou então o interesse por métodos menos convencionais,
métodos mais naturais de cultivar a terra.
Fonte: IBGE
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