AS
CAIXAS DE DEUS
Certa
noite, um homem teve um sonho. Sonhou que tivera um encontro com Deus e, porque
se apresentasse muito triste, Deus o presenteou com duas caixas.
Uma
delas era de cor preta, envernizada e a outra de cor dourada, com um belo laço
de fita. Coloque todas as suas tristezas na caixa preta, recomendou o
bom Deus. E as suas alegrias,
guarde na caixa dourada. O homem entendeu e, desde aquele dia, passou a
proceder de acordo com a recomendação Divina.
Depois
de algum tempo, ele se surpreendeu porque a caixa dourada ficava cada dia mais
pesada e a preta continuava tão leve quanto na noite em que a ganhara de Deus.
Tomado
de curiosidade, abriu a caixa preta. Queria descobrir porque estava tão leve,
se quase todos os dias ele colocava ali ao menos uma pequena tristeza.
Foi
então que ele viu. Na base da caixa, havia um buraco e por ele saíam todas as
suas tristezas. Pensou alto, falando com Deus:
Por que, Pai, você
me deu uma caixa com um buraco e uma caixa inteira, sem nenhum vazamento?
O
bom Pai respondeu de pronto: Meu filho, a caixa
dourada é para você contar suas bênçãos. Por isso é fechada. A caixa preta é
para você deixar ir embora todas as suas tristezas.
*
* *
Diz
o provérbio popular que tristezas não resgatam dívidas. É verdade. Mais do que
isso, guardar tristezas é extremamente prejudicial à vida.
A
tristeza é má conselheira, porque empana a percepção mental de quem lhe sofre a
presença e lhe perturba o discernimento.
A
presença da tristeza produz emoções de sofrimento, que devem ser vencidas a
esforço de renovação, a fim de que não se transformem em amargura ou
desinteresse pela existência física.
No
concerto harmonioso da Criação tudo convida à alegria. Flora e fauna são um
poema de maravilhosa estrutura exaltando o Criador.
Apesar
de a Terra ser um planeta de provas e expiações, é também uma escola de campos
verdes de infinita beleza, de perfumes no ar e de cascatas que arrebentam
cristais nas pedras.
Nesse
conjunto, só o homem é triste porque ele pensa e a insatisfação, o orgulho, o egoísmo,
a rebeldia o tornam sombrio, solitário e amargo...
Mas
é o mesmo ato de pensar que ergue o homem ao esplendor dos céus e terra, águas
e leveza do ar, para agradecer o presente da vida no corpo, que lhe proporciona
a evolução.
*
* *
Depositemos,
sim, todos os dias, na caixa dourada da nossa existência, as bênçãos com que
Deus nos agracia, lembrando que somente o ato de estar vivo, isto é,
reencarnado, deve constituir motivo de alegria, pelas excelentes ocasiões de
que dispõe o Espírito para ser plenamente feliz.
Redação
do Momento Espírita, pelo Espírito Guaracy Paraná Vieira, psicografia de
Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
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